“O ego não é senhor em sua própria casa.”
— Freud, 1917, “Uma dificuldade no caminho da psicanálise”
"É um alívio ser verdadeiro. O falso self exige demais. A pessoa sente-se irreal, como se estivesse apenas atuando."
(Winnicott, O Brincar e a Realidade, 1971)
Procrastinação: Quando o Medo Paralisa e o Convite à Vida
Você sente que tem procrastinado em atividades importantes de sua vida?
Sente medo de enfrentar situações do cotidiano?
Já se sentiu aprisionado, travado, estagnado — como se não conseguisse fluir?
Talvez você tenha procrastinado decisões importantes, duvidado da sua própria capacidade, sem saber qual caminho seguir.
É como se algo o puxasse para baixo, e a vida estivesse acontecendo lá fora — para os outros, mas não para você.
Essa sensação de paralisia é mais comum do que parece.
Em algum momento, todos nós enfrentamos dúvidas, medos, bloqueios.
E sim, parece mesmo que a vida segue sem a gente.
Mas quero te dizer uma coisa importante:
Existe saída.
Você pode encontrar caminhos que o coloquem em movimento novamente.
Porque viver é isso: fluir, se lançar, entrar no jogo.
Viver não é assistir da arquibancada — é jogar.
Como disse Epicuro:
“Não é o que temos, mas o que desfrutamos, que constitui a nossa abundância.”
Mas como desfrutar da vida quando estamos congelados pelo medo?
Muitas vezes, esse medo não é algo visível ou gritante.
Ele se disfarça de racionalidade, planejamento, perfeccionismo.
Pensamos demais, sentimos de menos, agimos quase nunca.
Quando não agimos, empacamos.
Quanto mais pensamos em tudo o que pode dar errado — ou certo demais — mais nos afastamos do real.
A vida se torna um plano de possibilidades nunca vividas.
Como disse Wilfred Bion:
“Pensar demais pode ser uma defesa contra o sentir.”
E sentir é parte essencial de estar vivo.
Não estou dizendo que pensar, planejar, calcular a rota é um problema.
Mas quando o pensamento nos aprisiona — quando vira labirinto e não ponte — é hora de sair do muro.
Vamos sair da arquibancada, do aprisionamento, e entrar no jogo.
Vamos para o tatame, para a vida concreta, para a experiência — que nunca será perfeita, mas sempre será real.
Como nos lembra Nietzsche:
“A realidade é sempre mais rica do que qualquer fantasia.”
Talvez esse texto tenha despertado algo aí dentro.
Um convite, um incômodo, uma faísca.
Se você tem se sentido paralisado, talvez seja hora de olhar para isso com coragem e carinho.
De perceber que, sim, há saídas — e elas começam no movimento.
Me conta:
Onde você sente que está parado na vida?
E o que te ajudaria a dar o próximo passo?
A Importância de Vivenciar o Luto
O luto é um processo fundamental para que partes internas importantes possam se reorganizar, evitando sofrimento psíquico prolongado e repetições dolorosas. Nem sempre é fácil olhar para essa dor, mas é essencial acolhê-la e vivenciá-la.
Nossos afetos e emoções não mentem — são como um GPS interno. Precisam ser ouvidos, sentidos e expressos, não reprimidos. Muitas vezes, a sociedade impõe um prazo para o luto, o que gera pressões, sentimentos de culpa e até isolamento, especialmente quando ainda sentimos que a dor está presente.
Mas é importante lembrar: cada pessoa é única. Cada um ama e se vincula de forma singular. Criar laços é um movimento vital, necessário para a saúde emocional. Como disse Freud em Luto e Melancolia:
“O luto é a reação à perda de uma pessoa amada ou de alguma abstração que ocupava esse lugar.”
“O luto é o preço que se paga por amar.”
Mas o luto não envolve apenas perda de alguém, pode ser de um trabalho, relacionamento, fase da vida... Negar a dor da perda de algo ou alguém é como esconder poeira debaixo do tapete: ela não desaparece, apenas permanece oculta, causando desconforto com o tempo. Por isso, olhar, cuidar e acolher essa dor é o primeiro passo para, no seu tempo, viver uma nova fase de adaptação. O luto não pode ser apressado — ele precisa ser vivido em etapas.
Existem caminhos possíveis para tornar esse processo mais leve. Um espaço de escuta acolhedora, ética e cuidadosa pode ajudar você a atravessar essa fase com mais amparo. Respeitando seu ritmo e reconhecendo a singularidade da sua dor, é possível fortalecer suas potências internas e lidar com os desafios desse momento tão sensível.
A ferida, quando está aberta, dói muito. Mas, com cuidado, ela cicatriza. A dor diminui, e mesmo que reste uma cicatriz — parte da história de um vínculo de amor — ela não será mais como antes. Talvez continue sensível, mas já não sangra.
Lembre-se: o tempo, por si só, não cura. O que cura é o que fazemos com o tempo.
Conte comigo para caminhar ao seu lado nessa jornada de cuidado e ressignificação.